CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO
Atuação da Sala Master de gerencimento de tráfego aéreo no BRICS
A Força Aérea Brasileira (FAB) realiza, de forma ininterrupta, o monitoramento do espaço aéreo nacional por meio do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), unidade subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). No Salão Operacional do CGNA, militares da FAB trabalham 24 horas por dia acompanhando a movimentação das aeronaves, gerenciando o fluxo do tráfego aéreo e assegurando a segurança e a eficiência da navegação aérea em todo o território brasileiro. Durante a Reunião de Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro, serão realizadas ações para defesa e coordenação do espaço aéreo com a ativação da Sala Master de Comando e Controle, no período de 03 a 09 de julho.
Segundo o Comandante do CGNA, Tenente-Coronel Aviador Deoclides Fernandes Barbosa Vieira, estarão presentes na Sala Master representantes de diferentes órgãos relacionados ao evento, como Ministério das Relações Exteriores (MRE), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Secretaria de Aviação Civil (SAC), Polícia Federal, Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), entre outros. “A atuação de forma colaborativa de diferentes organizações na Sala Master é essencial para integrar as informações e agilizar as decisões, garantindo a segurança e fluidez no controle do espaço aéreo”, pontuou.
De acordo com levantamento do CGNA, com as chegadas de alguns chefes de Estado entre os dias 04 e 05 de julho, espera-se um acréscimo de até 50% nas demandas de voos, principalmente nos dias que antecedem e sucedem a reunião de cúpula, para o Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
“O aumento está associado, sobretudo, à chegada das delegações internacionais. São esperadas 36, além de suporte diplomático e operações logísticas. A ativação de áreas de restrições no uso do espaço aéreo durante o evento também impacta a malha aérea, exigindo ajustes operacionais e, em algumas situações, redirecionamento de voos regulares, como no caso da restrição de operações no Aeroporto Santos Dumont”, explicou o Chefe da Seção de Análises Pré-Táticas do CGNA, Capitão André Luis Santos da Rocha.
Planejamento e coordenação integrada
O processo de análise pré-tática conduzido pelo CGNA tem por objetivos antecipar cenários, mitigar riscos operacionais e considerar a aplicação de medidas de Gerenciamento de Fluxo de Tráfego Aéreo (ATFM). Essas análises permitem a compatibilização da demanda com a capacidade disponível, considerando restrições temporárias, atividades militares e movimento de autoridades.
“O processo é contínuo e ocorre diariamente até a véspera do início das operações, servindo de base para a coordenação tática durante o evento. Todos os ajustes e tomadas de decisões são realizados de forma colaborativa com os órgãos envolvidos no evento”, destacou o Capitão André Rocha.
Nessa conjuntura, baseado nas coordenações de grandes eventos anteriores, o CGNA desenvolveu o Sistema de Aprovação de Voo (SIAV), que visa compartilhar informações com todas as autoridades envolvidas na aprovação dos planos de voo, nas áreas de exclusão definidas pela Circular de Informação Aeronáutica (AIC) N 24/25 (http://www3.decea.intraer/noticias/wp-content/uploads/2025/06/AIC-N-24_25.pdf) durante o BRICS.
Portanto, a integração entre a Sala Master e o Salão Operacional é primordial na gestão do evento, possibilitando ajustes rápidos e gestão precisa do tráfego aéreo. Com planejamento minucioso e modelo de decisão colaborativa, o CGNA reforça seu papel central na garantia da segurança e na organização do espaço aéreo brasileiro, especialmente em momentos de alta demanda e de grande relevância internacional.
Fotos: DECEA